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VALE DO TAQUARI

CCR Viasul fecha acesso e ameaça investimento de R$ 20 milhões

Empresário comprou uma área de dez hectares em Fazenda Vilanova, localizada às margens da BR-386. A concessionária bloqueou a entrada e interrompeu o preparo do terreno. Prefeitos tentam a liberação para viabilizar empreendimento

Área de dez mil metros quadrados fica entre Bom Retiro do Sul e Fazenda Vilanova. O acesso fechado tinha mais de 50 anos de uso. CCR ViaSul diz que tem até 160 dias para analisar e dar uma resposta sobre o projeto do paradouro. (Crédito da imagem: divulgação)

O investimento de R$ 20 milhões na construção de um paradouro temático, com posto de combustíveis, serviços de manutenção automotiva, borracharia, restaurante e a futura rodoviária de Fazenda Vilanova corre o risco de não acontecer. Tudo por conta do fechamento do único acesso a uma área de dez hectares.

“Criaram muitos empecilhos, fecharam o acesso e nem tem como entrar com as máquinas”, diz o investidor Leonardo Bortolini. O projeto em execução será o segundo do grupo na BR-386. Na quarta-feira, 24, uma comitiva dos municípios de Fazenda Vilanova e de Bom Retiro do Sul participou de uma reunião na sede da CCR ViaSul, em Porto Alegre. “Saímos sem sucesso nenhum”, resume o empresário.

De acordo com o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Bom Retiro do Sul, Edmilson Busatto, a entrada ao terreno existia há mais de 50 anos. “Era algo consolidado. Fomos explicar a necessidade da abertura, pois já são quase dois meses que o investidor não consegue entrar na área para o preparo do terreno.”

Em cima disso, a resposta foi negativa. “Passaram tudo para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A concessionária decidiu fechar, sem comunicar ninguém, atrapalhou o projeto da empresa e afirma que como agora tem a concessão, pode fazer isso, mesmo em local consolidado. É muito difícil o diálogo com a CCR”, comenta Busatto.

A concessionária exigiu a apresentação do projeto do empreendimento, com o fluxo de veículos esperado, número de caminhões que poderiam acessar a área e detalhes técnicos sobre o complexo. Depois dessa etapa, os representantes da CCR ViaSul poderiam dar a resposta da viabilidade ou não do empreendimento no prazo de 160 dias. “É descabido. Ficar seis meses aguardando. Por que não pode ser mais ágil? Nós vamos recorrer a Brasília, fazer pressão junto à ANTT. Os prefeitos tentam atrair investimentos, fazer com que se gere emprego e renda. Ficamos empacados por uma postura intransigente da concessionária”, reclama Busatto.

Estava marcada uma reunião entre ANTT, representantes da região e CCR ViaSul no dia 8 de maio, em Estrela. O encontro foi cancelado devido ao agendamento das audiências públicas para 14 e 16 de maio.

“Vontade de desistir”

O projeto do paradouro foi pensado para ser também um espaço turístico. “Nosso projeto é fazer um complexo temático. Como tem em Gramado. Tudo pensado para dar conta do aumento no número de visitantes no Vale do Taquari”, diz o empresário Leonardo Bortolini. “Vontade de desistir. De pegar esse dinheiro, ir para uma RS, procurar outra área”, lamenta.

De acordo com ele, o complexo teria serviços diversos, como o maior restaurante do Rio Grande do Sul. Seriam 8 mil metros quadrados para receber motoristas, turistas e visitantes. “O Vale do Taquari tem necessidade de locais para receber as pessoas, de restaurantes. Também pretendemos construir um hotel naquele ponto, pois há falta de leitos. É muito decepcionante, desenvolver um projeto arrojado e não poder colocar em prática.”

Na primeira fase do empreendimento, Bortolini acredita que serão gerados mais de 150 empregos, tanto no restaurante, como no posto e demais estabelecimentos voltados para serviços de manutenção de veículos.

Próximos passos

O prefeito de Fazenda Vilanova, Amarildo da Silva, ressalta a importância do investimento. “Representa muito para o município, na geração de empregos e também no retorno de tributos.” Em cima disso, a estratégia agora é oficializar o pedido para reabertura do acesso.
“Vamos informar o quanto de cargas, de movimentação de terras. Nos comprometemos em fazer uma sinalização adequada para não haver riscos”, afirma o prefeito e complementa: “não estamos pedindo para abrir uma nova entrada. Apenas uma acesso que já existia. A CCR precisa ter sensibilidade e estar do lado dos prefeitos.”

Detalhes do projeto

No terreno de 10 hectares, o investidor planeja construir:

  • Um paradouro temático; Posto de combustíveis;
  • Maior restaurante do RS (com 8 mil metros quadrados);
  • Rodoviária;
  • Complexo de serviços (borracharia, oficina mecânica e elétrica);
  • Hotel.
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